FM Bom Lugar Ao Vivo

domingo, 25 de outubro de 2009

CASTANHA E CAJU: DA MANUTENÇÃO A SOBREVIVENCIA


 Cajucultura: do sonho ao pesadelo


 Na decada de 80 e até final dos anos 90, a castanha de caju era o "carro chefe" do desenvolvimento do municipio de Severiano Melo. Nos ultimos cinco anos com a implantação de industrias de beneficiamento do caju, este produto agregava valores que "cobriam" as despesas com a colheita da castanha.
 Nos dias atuais, a castanha e o caju mal dão para cobrir as despesas com sua colheita e preparo do pomar para a safra. Muitos pensam que tudo que sobra das despesas com colheita da castanha e do caju é lucro liquido ao produtor rural, até mesmo alguns produtores pensam assim, mas a realidade é outra total e absolutamente diferente.
 Quando o produtor rural contabiliza os gasto com poda, aração de terra, roço e ciscamento do cajueiro, colheita e armazenamento ele observa que algo em torno de 80% de sua safra tem ido embora nestas despesas.
 O baixo preço do produto "castanha e caju" é o responsavel direto por este aumento de despesas e consequentemente redução nos lucros. Hoje o preço medio da castanha esta em torno de R$0,90 (noventa centavos) o quilo para venda, ao mesmo tempo que para colher o valor da mão de obra é de R$0,20 (vinte centavos) por quilo, algo erm torno de 22% esta destinado a colheita.
 Desta forma, o produtor rural deve ser orientado a refazer seus calculos, ou melhor começar a fazer todos os calculos dos gastos com a safra de castanha, para saber seu lucro liquido real. Nestes calculos, as despesas somadas devem envolver desde a poda, o corte de terras, o roço, o ciscamento, o gasto com a coleta da castanha e do caju, envolvendo aqui despesas com trator (oleo diesel, tratorista, manutenção, e.t.c) e se em tração animal a diaria do proprio produtor, enfim todas as despesas realizadas para obtenção da castanha armazenada.
 No instante em que o produtor rural fizer todos estes calculos ele irá observar que seu lucro é algo em torno de no maximo 20% de sua safra. Pode ser que alguem diga que este lucro já é uma otima aquisição, mas é preciso analisar que no decorrer dos anos a produtividade do pomar cai e é preciso que o produtor comece a replantar o seu pomar, e neste caso quando o investimento é com o cajueiro anão precoce as despesas iniciais são grandes.
 Não obstante, a tudo isto, a escassez de mão de obra é assustadora em nosso municipio, tornando-se necessario é busca-la em outras regiões do nosso Estado , o que encarece mais ainda o preço final da colheita.
 Observamos que a castanha de caju que foi a principal fonte de crescimento economico de nosso municipio, hoje não passa de um simples produto de sobrevivencia dos produtores em suas terras. Ai nos perguntamos: o que pode ser feito para amenizar o problema e conseguir elevar os lucros dos procutores?
 A resposta a esta pergunta, passa por uma serie de fatores, mas o principal deles é a organização dos produtores para industrializar os produtos, pois só a agroindustria irá agregar valores aos nossos produtos, para isto, torna-se necessario uma ação rapida e eficaz do poder publico local com a finalidade de orientar e dar suporte tecnico aos produtos e incentivos aos mesmos para a implantação dessas agroindustrias em Severiano Melo.
 Quando falamos em poder publico, inicia-se o processo pelo Executivo Municipal que deve acionar o Estado e o governo Federal para a obtenção de êxito nestas empreitada.
 Mas infelizmente estamos distantes deste sonho, pois o que observamos em nossa terra é uma briga pessoal entre os grupos politicos com mais recursos financeiros, com o unico intuito: derrotar o adversario, e nunca uma verdadeira preocupação com o desenvolvimento da nossa terra e o bem estar do nosso povo. Quantas vezes não ouvimos a frase"vou votar em fulano para derrotar beltrano" este pensamento esta enraizado na maioria dos politicos de nossa terra e tambem em grande parte do nosso povo.
 Desta maneira, esta longe, mas não distante o sonho de vermos pessoas comprometidas com nossa Bom Lugar tocar os destinos desta terra.
 Sonhar é preciso. E lutar por eles é necessario e vital.

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