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sábado, 13 de julho de 2013

CASOS DE CALAZAR EM MOSSORÓ

Por Redação em 12/07/2013 às 22:26
Vigilância confirma quatro casos de calazar em humanos esse ano
Arquivo
Allany Medeiros fala sobre a prevenção à doença
Ao todo, oito casos de calazar em humanos foram notificados este ano no período de janeiro a junho. Desses, quatro foram confirmados, segundo dados da Vigilância à Saúde, repassados pela diretora do órgão, a veterinária Allany Medeiros.  
Em 2012, a Vigilância fechou o ano com um total de 30 notificações da doença em humanos, das quais 21 foram confirmadas. Duas pessoas foram a óbito vítimas de calazar no ano passado. 
Ao contrário da dengue, a Leishmaniose Visceral, nome científico do calazar, não é tão divulgada em campanhas ou em veículos de comunicação. De acordo com Allany Medeiros, isso ocorre por se tratar de uma doença mais negligenciada.
A veterinária explica que a doença é transmitida pela picada do mosquito Flebótumo, que ao picar o cão contaminado e em seguida picar a pessoa, transmite a doença para o humano.
Existem várias formas de prevenção, porém, como as principais medidas devem ser focadas no vetor, ou seja, no mosquito, Allany Medeiros orienta que a principal delas o manejo adequado do lixo. É preciso evitar o acúmulo de matéria orgânica em decomposição a céu aberto.
Para auxiliar os profissionais de saúde na identificação da doença, na semana passada foi realizada uma capacitação sobre Leishmaniose Visceral. A palestra, direcionada a médicos e enfermeiros, ocorreu no auditório da Faculdade de Ciências da Saúde (FACS) e foi ministrada pelo infectologista Alfredo Passalacqua.
Ele explica que existem vários sintomas da doença. O calazar pode ser assintomático e pode se manifestar ainda de forma pouco sintomática, com febre baixa e dores no corpo semelhantes aos sintomas de uma virose.
De acordo com o infectologista, 10% a 15% dos casos corresponde a forma subaguda, de resolução espontânea. Porém, dentre desse percentual, alguns casos podem evoluir para a forma mais grave da doença, onde os sintomas são: febre alta durante o dia todo, perda de apetite, aumento do volume abdominal, causado pelo crescimento do fígado e do baço, aumento do volume dos gânglios do pescoço, palidez – em decorrência da anemia, e alteração do hemograma, uma vez que atinge a medula, causando bloqueios de células do sangue.
O médico explica que, se o diagnóstico não for realizado, a pessoa pode chegar a óbito em até dois anos e isso não pelo calazar em si, mas pelas infecções oportunistas. Em crianças e idosos, a evolução pode ser ainda mais rápida.
Por isso, qualquer tipo de febre alta que se prolongue por mais de 14 dias com desconforto abdominal deve ser investigada para calazar.
De acordo com Allany Medeiros, a fase de tratamento é dividida em etapas. A primeira delas é a parte de investigação, feito pela Vigilância à Saúde, em seguida são realizados os testes rápidos, oferecidos no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) ou no Hospital Regional Rafael Fernandes (HRRF). A última etapa consiste na realização do mielograma, teste completo considerado o ‘padrão ouro’ do Ministério da Saúde, disponibilizado pela rede pública municipal.
O tratamento é realizado no Hospital Regional Tarcísio Maia ou no Hospital Regional Rafael Fernandes.
Alfredo Passalacqua informa que o tratamento é simples e realizado com medicação fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com o médico, ele deve ser realizado, preferencialmente, em regime de internação. O período varia. Com uma determinada droga o tratamento vai de 21 a 30 dias, com outro tipo de medicação dura 14 dias e ainda há outra medicação através da qual o tratamento é realizado entre quatro e cinco dias, mas essa droga é restrita a casos específicos da doença.
O médico alerta para o fato de que, embora não seja uma doença endêmica ou com o mesmo número de casos da dengue, também não se trata de uma doença da periferia.
Ele também lembra que o principal amplificador do calazar é o cão. No cachorro, entre os sintomas, o médico destaca: feridas nas orelhas e focinho, emagrecimento, perda de pelo e perda de força nas patas traseiras. Os donos devem ficar atentos ao animal e, no caso do aparecimento desses sintomas, o animal deve ser levado ao veterinário.
FONTE: JORNAL GAZETA DO OESTE

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