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sábado, 2 de julho de 2016

O POLÍTICO, O ELEITOR E O CARCARÁ

O Político, O Eleitor e O Carcará

Na admirável leveza do ser, e na grandiosidade da Mãe natureza, busco sempre comparar as ações semelhantes praticadas pelos seres vivos, em especial, os ditos racionais e irracionais, os quais ainda tenho dúvidas em quem é quem diante das ações de cada um deles. Neste momento, me vem na mente o quadro comparativo entre os seres alhures descritos, e me antecede a necessidade de explicitar para alguns que não conhecem o sertão, o que é um Carcará. 

O Carcará: Carcará ou caracará (nome científico: Caracaraplancus) é uma espécie de ave de rapina da família dos falconídeos. Mede até 60 cm de altura e sua envergadura chega a 123 cm, onívoro, é bastante OPORTUNISTA, aproveita de todas as fontes disponíveis, ou seja, COME DE TUDO... para não nos aprofundarmos, na descrição dessa ave, completemos a sua descrição detendo-nos ao seu comportamento em nossa região (Oeste Potiguar), onde esta ave de rapina muda seu hábito alimentar, quando do início da reprodução dos ovinos e caprinos, onde o astuto caçador passa a “pastorar” (vigiar) os rebanhos para se alimentar dos filhotes, causando verdadeira tragédia, vez que dos filhotes prefere os olhos e a língua, deixando-os sem visão e sem voz “berrar”. 

Isto posto, acreditamos que os leitores já começaram a fazer as devidas comparações, entre o Político, o Eleitor e o Carcará, senão vejamos: O Político passa parte o tempo (de uma eleição a outra) sem muita movimentação nos seus ditos territórios, alimentando-se de um ou outro momento festivo para aparecer e ser percebido; o Eleitor, mantem-se nesse mesmo padrão, não se manifesta na maioria das vezes e fica a observar a sua presa, o Político, que ao se aproximar a eleição, enche o gogó de falácias, o bolso de dinheiro e sai na captura de suas presas, e igual o Carcará, buscando deixar o eleitor sem visão real dos fatos e silenciando – os eleitores venais. Claro que existem, graças a Deus as exceções em ambos os casos. 

Mas prossigamos nas comparações, observe caro leitor (a), que os hábitos se assemelham, o Carcará que por natureza e um zelador e digamos limpador de nossas matas, capturando insetos, cobras, roedores, e.t.c, de repente muda seu hábito e passa a caçara as frágeis vítimas – filhotes de animais; o Carcará conforme descrito acima, é OPORTUNISTA E COME DE TUDO, assim também se comporta o Político e o Eleitor, repito, com exceções. OPORTUNISTA, porque passa a viver das falhas dos seus “adversários” outrora “correligionários”, onde com raríssimas exceções aponta a solução para o erro alheio, pregando a cultura do quanto pior melhor, e até mesmo, impondo defeitos e erros onde não existem, criando fatos sem a devida verificação da veracidade. COME DE TUDO, porque não seleciona seu público, ataca a tudo e a todos que não compartilhem de seus pensamentos, denigrem, difamam que não rezar na sua cartilha; o eleitor só é bom se for seu, o líder político só presta de estiver ao seu lado. 

Do outro lado e não muito distante está o Eleitor, que busca a discórdia política entre os líderes para ampliar o seu leque de ação, buscando atacar em todos os lados, com um único objetivo: lucrar, obter vantagens pessoais na maior parte do tempo, afinal, este ano serão somente 45 dias de caça oportunista e devoradora de sonhos, ideais e acima de tudo, comedora do bem comum, vez que, estes agentes (Político e Eleitor) não buscam o bem coletivo, o desenvolvimento social, mas tão somente o preenchimento de seu ego maléfico. 

Assim como o Carcará, o Político e o Eleitor (frise-se: com exceções) juntam-se para atacar em bandos, buscando confundir sua pressa e mostrar força diante da fragilidade social, que muitas vezes, não enxerga o Carcará que se esconde dentro do Político e do Eleitor venal, o que antes era bom, agora é mau, o que fazia o bem só faz o mal. Por fim, acredito que muitas outras semelhanças o leitor(a) irá encontrar, aqui peço desculpas a Mãe Natureza, por comparar tão sublime ser – O Carcará – a seres de rapina, egoístas sem senso coletivo, rogando a todos os que não se enquadram nesse comparativo, que ao receber tais elementos no aconchego do seu lar ou do seu trabalho, pergunte aos mesmos, o que eles têm de propostas concretas para o desenvolvimento social, coletivo, enfim, o bem comum, não percam a visão e a voz. Se na resposta estes “tutubiarem” diga-lhes assim: ”Desculpem-me, vou ter que me ausentar, preciso proteger meus borregos e cabritos (família, amigos e a sociedade), pois vi que os Carcarás estão soltos.

Autor: Elano Gomes Pinto
Advogado, Engenheiro Agrônomo
Especialista em Educação de Jovens e Adultos
Cursando de Esp. em Direito Municipal
UM MATUTO SONHADOR

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